sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Pobre menina, o que fez o amigo tempo contigo? Que aparência fria é esta? Para qual estrela deste aquele brilho antigo de teus lindos olhos? E o teu amor, pobre criança, em que parte do universo se escondeu? Não faça isso, não esconda atrás dessa beleza angelical tamanho ódio, por onde andou aprendendo isso? Cadê teu coração, querida? Aliais, ainda tens um? E ainda sabes como usá-lo? Parece-me que não.
Olha, assim assusta-me! Não te reconheço pequenina. Essa tua face dura nega-me a visão daquele serzinho sonhador; será que foi esse o mal maior, teres conseguido tudo aquilo que querias? Ou será que pensaste errado e não era bem isso que almejavas...
Cuidado criança! Ainda há tempo, mas muito pouco. Veja, olhe bem fundo através do espelho, mire teus olhos, procure dentro de si - em seu peito – este coração que se encolhe, não te negues a sentir, não te negues à bondade. Lembre-se que foi feita para a doçura, que foste um anjo mandado, não te apegues ao que é ruim. Ficas cada vez mais só, perde teus aliados e fortalece cada vez mais teu inimigo.
O que a vida aprontou-te, hein? Faz tão mal a ti ser amada assim? Por que, criança? Por quê? Não consigo entender aonde erraram contigo, tivestes tudo aquilo que necessitava para crescer menina, mas insiste em fazer-te mulher, monstro mulher. Não te enganes. Olhe só, veja como te torna cada vez mais amargurada, não confundas maturidade com crueldade.
Shhh, vem cá. Deita-te em meu colo e chora tuas mentiras, dissimula teus falsos sentimentos, mas não cresce, não te afastas, não te amargues.